O modo de falar do cristão

Ao escrever aos crentes da Igreja de Éfeso, Paulo gasta boa parte do seu ensino aconselhando-os a conversarem de maneira saudável. Considerando a conversação do cristão, diz que se deve evitar não apenas a mentira e tudo o que é enganoso, mas toda a "má linguagem": "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem" (4.29).

O adjetivo empregado nesse versículo -torpe- significa "podre", derivando daí o sentido de "sem valor". É a conversa que espalha "podridão". É como um mau fruto, que além de não ter valor em si, leva os outros a pensarem naquilo que não tem valor. Deve ser substituída pela "que for boa para a edificação", ou a que for boa para a ocasião e que "transmita graça aos ouvintes". Isto é, que seja adequada para a ocasião e abençoem aquele que a ouvem. Para os crentes da Igreja de Colossos Paulo aconselha: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um" (4.6). O falar do cristão deve caracterizar-se pelas mesmas "palavras de graça" que saíam dos lábios do Senhor Jesus, e que tornavam maravilhados todos os Seus ouvintes (cf. Lc 4.22).

Em Efésios 5.4, o apóstolo usa mais três termos para descrever a conduta e a conversa que não devem existir na vida dos discípulos de Cristo.

O primeiro que se lê é "conversação torpe". O cristão deve excluir tudo o que é vergonhoso, ou tudo o que deixa envergonhado um homem moralmente sensível.

Depois proíbe "palavras vãs" -palavras tanto sem sentido quanto sem utilidade.

Segue-se o terceiro -"chocarrices"- que podem ser uma alusão às piadas grosseiras, a forma mais barata do humor.

"Todas as três expressões referem-se a uma mente suja expressando-se em conversa suja" (Stott, Efésios, p. 142). Qualquer destas maneiras de conversa são igualmente inconvenientes.

Em seguida o apóstolo faz uso palavras solenes acerca dos pecados que acabou de enumerar, pois eles constituem uma ofensa a Deus. Se não forem abandonados, tornam os praticantes iguais àqueles que ainda vivem nas trevas. Sempre há pessoas que fazem pouco caso do pecado e que encolhem os ombros ao pensar em suas consequências. Mas Paulo adverte: "Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas, antes, porém, reprovai-as" (Ef 5.11).

Assim, amados irmãos, esforcemo-nos para que as nossas conversas sejam também agradáveis ao Senhor. Meditem no Salmo 19.14.

Pr. Vanderli


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